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O tempo passa, o tempo voa... e agora eu tenho 22

Hoje foi um daqueles dias em que a vida parece brincar de extremos com a gente. Comecei o dia lidando com papeladas, projetos, e decisões importantes no Hospital, não tem muito como fugir disso... a engrenagem gira rápido. Especialmente quando se é uma mulher preta e jovem, com apenas 22 anos, na liderança de uma instituição desse porte, tentando fazer diferença num sistema que nem sempre facilita o caminho.

Mas apesar do cansaço, o que marcou o dia foi o que veio depois do expediente: quando meus olhos encontraram os dele, lá no Arpoador, com o céu do Rio se despedindo do sol. Aquela brisa de calmaria me tomou quando percebi, Arthur chegando, como se aquele lugar já fosse nosso... eu soube. Eu soube que aquele era o presente que eu queria!

Nem sei se ele lembrava que hoje é meu aniversário. Mas, sinceramente? Não importava. Ele tava lá. E isso já bastava. A brisa vinha carregada de maresia e calma, e o mundo desacelerou por uns instantes. Foi só a gente. A gente e o silêncio cheio de significados. E enquanto ele me olhava daquele jeito que só ele tem, eu lembrei da música que não sai da minha cabeça há semanas: "Ah, se perguntarem o que é amor pra mim... Eu não sei responder, não sei explicar. Mas tudo fica sem graça, amor, se cê não tá."

E é exatamente isso! Amor não é só beijo e chamego, presença física, ou promessas feitas no impulso. Amor é essa paz que me invade quando ele ri das minhas bobagens. É quando ele segura minha mão como quem diz “tô aqui”, mesmo sem palavras. É quando ele escuta o que eu não digo. É quando eu sou braba no mundo, mas descanso os ombros no peito dele e viro só Isa e isso basta.

Com ele... Apesar de o mundo continuar sendo urgente, desigual, barulhento... mas dentro de mim, no compasso do nosso abraço, eu encontrei um lugar de silêncio bonito. Um lugar que é só nosso. Esse lar inesperado onde minha alma descansa.