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Entre Luzes e Batidas: Confissões de um (possível) Popstar

As luzes da cidade têm mexido comigo de um jeito que eu não esperava. Cada palco que piso, cada aplauso que recebo, cada flash que estoura; tudo parece me puxar para um lugar onde a euforia e a solidão coexistem em perfeita harmonia. É como se a minha vida tivesse virado um daqueles filmes que você assiste sem piscar, mesmo sabendo que o final pode te arrebatar.

O que mais me surpreende é o camarim. As meninas. A atmosfera elétrica que se instala depois do último acorde. Por sorte, já tenho idade suficiente pra viver tudo que a vida tem pra me oferecer. E quer saber? Eu estou vivendo.

Julguei muita gente antes. Falei demais, pensei demais, supus demais. Achei que algumas garotas estavam se perdendo em atitudes vazias, em buscas rasas por atenção. Hoje eu respeito. E mais do que isso: hoje eu faço parte. É aquilo: tudo é uma questão de perspectiva.

Prefiro parecer um cafajeste sincero do que alguém que ilude contando histórias bonitas que não tem a menor intenção de cumprir. Pelo menos aqui, tudo está sobre a mesa. Eu deixo claro: meu tempo é curto, minha agenda é cheia, meu afeto... instável. Elas sabem disso. Sabem que só estou disponível depois do show, que às vezes eu desapareço, que às vezes eu volto. E mesmo assim, elas ficam. Compreensivas. Disponíveis. Algumas até cúmplices. A maioria, passageira.

Enquanto isso, sigo meu caminho. Show após show, dança após dança.. Cada cidade nova é uma promessa e um risco. E no fundo, talvez seja isso que me mantém em movimento: essa mistura de prazer e imprevisibilidade.

Essa é a vida de um possível popstar. Nem sempre glamourosa, nem sempre justa, mas absolutamente minha.

E se amanhã tudo mudar, que mude. Eu estarei pronto; ou fingindo estar, como sempre estive.