Latest Blog Post

🫤

Eu estava deitada na cama, meus olhos fixos na janela, mas sem realmente enxergar a chuva lá fora. O som das gotas batendo no vidro parecia preencher o vazio que ele deixou. Era estranho como o silêncio agora parecia mais alto do que quando ele estava aqui.

As primeiras horas foram as piores. A ausência era quase palpável, como se a energia dele ainda pairasse no ar, como se ainda sentia o gosto do toque dos lábios dele. Eu me pegava checando o celular, esperando uma mensagem que nunca vinha. E mesmo sabendo que o término foi o certo, a dor era inegável, por vezes dolorosa demais, como se faltasse o ar nos pulmões.

Hoje, pela primeira vez depois de tudo, resolvi organizar as minhas coisas. Levantar e enfrentar tudo. Para o azar do meu coração, encontrei a camiseta dele esquecida no fundo do armário. Segurei o tecido entre os dedos, respirando fundo, sem novamente me debulhar em lágrimas. "É só uma peça de roupa", pensei, tentando convencer a mim mesma. Mas naquele momento, parecia mais uma prova concreta de tudo o que tinha acabado.

Uma taça de vinho, uma música de pura melancolia e aquela stalkeada no popinsta para relembrar os antigos momentos, rever as fotos, ver o popstory. Tentando amenizar algo que nem sei o que é.

Naquele dia, eu abri um caderno antigo e comecei a escrever. Não para ele, mas para mim. Coloquei no papel todas as coisas que me assustavam sobre estar sozinha novamente: o medo da solidão, o receio de não ser suficiente, o falhar nas escolhas, a incerteza do futuro, se é que irá ter algum. Mas também escrevi sobre o que eu esperava: redescobrir minha força, encontrar alegria nas pequenas coisas e, acima de tudo, aprender a me amar de novo. Quando terminei, percebi que amar também é deixar ir, mesmo que isso nos doa.