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A transição dos 14 para os 15 anos parecia um portal invisível. Algo mudava, mas de um jeito tão sutil que às vezes eu me perguntava se era só coisa da minha cabeça ou não. Era como se um novo universo estivesse se desenhando ao meu redor, cheio de novas emoções, responsabilidades e descobertas que eu não sabia se queria ou temia enfrentar.

As amizades, por exemplo. Antes, tudo era mais simples. Agora, as conversas pareciam ter mais camadas, os olhares duravam mais tempo, e o significado de um simples "oi" podia mudar dependendo do tom de voz. Meu grupo de amigos também estava se transformando; alguns pareciam amadurecer rápido demais, enquanto outros ainda queriam brincar de esconde-esconde como se nada tivesse mudado.

As aulas também ganharam um peso diferente. De repente, as notas pareciam mais importantes, como se cada prova fosse decidir meu futuro inteiro e realmente decide. Professores falavam sobre escolhas, carreiras e caminhos como se eu já devesse saber exatamente o que queria para o resto da vida. Mas como decidir algo assim quando tudo dentro de mim estava em plena metamorfose?

E havia o coração. Ah, o coração! Como se fosse um personagem à parte, ele batia de um jeito novo por motivos que antes pareciam irrelevantes. Um sorriso podia fazer meu dia inteiro, um olhar podia confundir minha mente por horas.

Em casa, as mudanças também eram notáveis. Meus pais começaram a agir de um jeito estranho, oscilando entre me tratar como criança e exigir que eu agisse como adulto. Os quartos de hotel viraram meu refúgio, um espaço onde eu podia ser quem eu quisesse, sem precisar me encaixar em expectativas.

Os 15 anos chegou como uma tempestade silenciosa, mexendo com tudo e trazendo novas descobertas. Eu não sei exatamente o que me espera, mas uma coisa é certa, eu estou mudando, e o mundo ao meu redor também!