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Ano 145 | Uma lição para a vida

Estava de bobeira em casa, lendo uns textos e tentando me inspirar para compor quando senti que nada de bom iria surgir. Como Mark está ocupado com sua "nova amiga" em NY e Zoe sabe-se lá em qual buraco se enfiou, decidi ligar para a minha mãe para saber como ela estava.

Desde que "os filhos estão bem grandinhos e educados para a vida" ela têm viajado sem preocupações, seja a trabalho ou a passeio.
Sempre pensei que ela tinha que fazer isso mesmo, aproveitar o tempo dela, passou a vida inteira cuidando de mim e meus irmãos...

Sou apegado a ela, então receber uma ligação minha nunca foi surpresa já que conversamos com frequência.

Estávamos falando sobre o que eu estava fazendo quando mencionei as minhas diversas leituras e um texto em específico que me deixou pensativo, não pela sua mensagem, mas o que ele transmitia.

O texto em si tinha uma mensagem nítida, apesar de ser algo cheio de raiva, rancor e inveja em suas palavras, também era escrito de forma antiquada e cheio de palavras que não costumamos usar no nosso dia a dia, "palavras difíceis" para tentar transparecer algo muito inteligente.

Mandei o link do texto para minha mãe ler e ela me falou algo que nunca vou esquecer: "Em minhas aulas na faculdade, um professor falou que o pior tipo de escritor é aquele que tira o leitor pra burro".

Entendi o que minha mãe quis dizer, o texto queria transparecer uma inteligência inexistente do autor, do tipo que o leitor teria que ter um dicionário em mãos ao ler. Ao fundo escutei a gargalhada da amiga dela que estava lendo o texto e falando mais alto: "Aposto que esse autor escreveu isso, pediu pra IA corrigir e usar essas palavras retrógradas!"

Conversar com minha mãe me fez bem, cheguei a pensar que o autor era muito intelectual de alguma forma, mas na verdade é apenas mais uma pessoa com o ego inflado, cheio de si.

Nas minhas composições darei voz ao coração.

Tirar o público pra burro? Nunca! Que tipo de pessoa ou artista eu seria?