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I can do It with a broken heart

Entrar na cripta é sempre uma experiência horripilante, há algo perturbador nos sons que ecoam, nas sombras que se movem e na sensação de que a escuridão te observa o tempo todo. Alguns caminhos e portais secretos podem levar os caçadores mais destemidos para lugares ainda mais sinistros nas profundezas misteriosas desse submundo.

Explorar essas áreas secretas não é para qualquer um. O cheiro nojento é terrivelmente indescritível. Os zumbis se encontram num estado extremamente avançado de decomposição e absurdamente famintos. Cada tiro certeiro espalha pedaços de miolos e sangue para todo lado, dá para sentir as botas escorregando na gosma que cobre o piso das escadarias e túneis do lugar.

Existe algo viciante em permanecer nessas catacumbas por vários dias, travando uma guerra não somente contra os zumbis, mas também contra os próprios limites, tendo o medo como um companheiro constante, sentindo a tensão que percorre o corpo todo e o estado de vigilância que faz a gente se sentir mais viva.

Experimentar a adrenalina que é sobreviver dentro da cripta virou um passatempo. Parece insano, mas é terapêutico, caçar ajuda a anestesiar e esquecer, ajuda a não ter que pensar em mais nada. Mirar, atirar, recarregar, repetir e é isso, mais um zumbi pra conta.

Saber que sou corajosa o suficiente para não esmorecer diante de tudo isso me anima a continuar. Por ora, é o que tenho feito e como tô conseguindo levar a vida. A cada caçada surge um novo desafio pessoal, uma nova meta a cumprir. Vou seguindo e me fortalecendo, decidida a não desistir. Um dia de cada vez.
* Fotinhas roubadas diretamente do mural do clubinho.
Eu pareço a mascotinha da turma ahuahuah.