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Vovó Juju

Ei,
Eu me sinto velha!
Mas não velha o suficiente para me sentar à esquina e vigiar alguma vida mais interessante (não que haja idade para ser fofoqueiro) nem velha como quem tem idade para se apossar deste título e poder usá-lo de justificativa à falta de exercícios (eu seria sedentária sem culpa).
A questão é que me sinto velha de espírito, cada vez que escrevo algo novo. Tenho fortes indícios de que seja pelo longo período de hibernação criativa do grande urso soneca que vive em mim, mas ora só por que estou velha não quer dizer que morri!

Dia desses eu resolvi que voltaria para o Rio, as crianças da minha rua, que estavam acostumadas a me verem todos os dias e que são tão curiosas quanto um gato, me encheram de perguntas logo que pisei naquela rua. Foi uma mistura de saudade e interrogatórios pra lá de policiais que, por um breve momento, eu desconfiei veementemente se não havia um dos tiras naquelas roupas infantis...
e pior que tinha mesmo! Acabei presa para a felicidade da família tradicional brasileira e vergonha de Bubba e meu abi, sniff!
Tudo bem, tem sido divertido todo esse mundo perigoso. A Juju, que escrevia sobre pranchas e beber água do mar, jamais falaria que ficou feliz por ser presa numa cela suja junto com um velho que cheira a cigarro e alguns ratinhos de estimação, por isso digo que me sinto cada vez mais velha de espirito, por que ele tem amadurecido a cada dia, diante dos mesmos cenários.
Viver é mesmo repetitivo, o que esperavam amigos? Se passar por uma rua todo dia ela sempre será igual, mas se resolver olhar para cima, para os segundos andares, vai conseguir perceber coisas novas.

Show spoiler

(tipo o filho da Greta do 201 que eu NUNCA reparei que era um policial com a barba mal feita, vestido de criança, me vigiando pela CAMERA DO CONDOMÍNIO!! 😡😡😡)

Anyway, é ótimo ser uma nova velha, num mundo de velhos novos e velhos velhos, faz sentido?